António Jimenez Alvarez possui um vasto conhecimento sobre motores. Ele é proprietário da AgroMotions, uma empresa de mecânica independente, sediada na Andaluzia, Espanha, que vende e repara equipamento para as indústrias agrícola e de jardinagem. Desde 2015, António é também parceiro das Peças Originais Kawasaki. Foi a paixão pelos motores de motociclos que o levou inicialmente a seguir esta carreira, na qual tem uma vasta experiência — como pode comprovar pelos seus vários relatos, abaixo.

Neste artigo, António fala-nos sobre o seu negócio, o papel que a manutenção desempenha na garantia da rentabilidade e sobre o recente surgimento de pessoas não qualificadas no mercado da manutenção e reparação. António também fala sobre algumas das mudanças que está a observar nos equipamentos agrícolas e de jardinagem profissionais e dá conselhos sobre a manutenção de motores de 2 tempos

Sobre a AgroMotions

 

Fale-nos um pouco do seu trabalho

Sou mecânico. Presto serviços à indústria agrícola e de jardinagem através da venda e da reparação de equipamentos — motores de 2 e de 4 tempos.

Descreva como é o seu dia comum

Recebo o cliente, converso com ele, reparo-lhe a máquina, procuro as peças sobressalentes, faço a fatura, envio-lhe por e-mail, tudo. Tenho uma pequena oficina de reparações, mas tenho muito trabalho a fazer. Sou proprietário de um negócio independente muito pequeno e não tenho funcionários.

Ouvi dizer que tem uma paixão por motas. Como é que chegou à mecânica?

Comecei por competir, arranjando as minhas próprias motas como passatempo. Foi assim que ganhei conhecimento para trabalhar com motores a gasolina e, posteriormente, decidi abrir o meu próprio negócio.

Sei que o seu negócio tem corrido muito bem. Há quanto tempo trabalha na indústria?

Comecei a trabalhar na indústria mecânica em 1997, para a Siemens, como responsável pelo fabrico numa fábrica de componentes. Após 10 anos, mudei-me para a Finance Auto — o fornecedor espanhol da Caterpillar — onde trabalhei durante cinco anos como técnico de manutenção.

Mais tarde, montei o meu próprio negócio, que se encontra em funcionamento há seis anos.

Quais são os seus principais produtos?

Os motores de roçadeiras de 2 tempos da Kawasaki Engines: o TJ45 e o TJ53 são os modelos que mais vendo. Os meus favoritos são os modelos TH48, TD40 e TJ53.

Nunca existiram tantos canais onde podemos promover o nosso próprio negócio nas redes sociais. Como é que promove o seu?

Como proprietário de um pequeno negócio, tenho de utilizar todas as ferramentas que posso.

Sou eu próprio quem faz a gestão das minhas contas nas redes sociais, mas não posso dedicar-lhes tanto tempo quanto gostaria.

Recentemente, tenho pedido às pessoas para me deixarem avaliações no Google. A maior parte dos mecânicos não está preocupada com este tipo de coisas. Peço aos meus clientes para comentarem acerca da sua experiência, seja uma avaliação de uma ou de cinco estrelas. Para mim, o mais importante é que o façam.

Você e a Kawasaki Engines

Porque é tão fã da Kawasaki Engines?

A Kawasaki Engines tem uma boa relação qualidade/preço. Tento sempre vender equipamentos da Kawasaki Engines aos meus clientes, porque é uma marca fantástica e apresenta muitas vantagens em comparação com outras marcas.

Existe um grande número de jardineiros e agricultores a utilizar equipamentos da Kawasaki Engines em Espanha?

A maior parte dos negócios como o meu utiliza outras marcas, porque são muito mais fáceis de vender — não porque sejam melhores, mas porque existe muito mais marketing em torno dessas marcas. Isso faz com que a venda de equipamentos da Kawasaki Engines seja mais difícil para mim, ainda que sejam melhores.

Marcas como a Viking, Toro e Weibang utilizam motores Kawasaki nos seus cortadores de relva e outras máquinas, pelo que consigo vendê-los — porque as pessoas conhecem essas marcas.

Trabalho com um distribuidor espanhol há seis anos e tenho tentado divulgar a Kawasaki Engines desde então. Sou muito fiel à marca!

Qual é a diferença mais importante entre um motor Kawasaki e qualquer outro motor? E por que razão devem os consumidores considerá-la?

Os motores Kawasaki são muito potentes e fiáveis. São motores profissionais com elevados padrões e — a melhor parte — são mais económicos do que os de outras marcas e ainda têm um melhor preço. Por exemplo, o custo de um motor Stihl, um 4-MIX com um FS130 sem um periférico, é superior ao motor Kawasaki TJ27.

Esse fator também os torna mais atrativos para aluguer.

O que é que a Kawasaki Engines podia fazer de forma diferente?

A Kawasaki Engines podia criar um kit de manutenção preventiva específico para cada motor. Cada kit podia incluir um filtro de ar, um filtro de gasolina e uma vela de ignição. Tudo o que eu teria de fazer era montar os kits. Sei que conseguiria vendê-los se existissem.

Motores de 2 tempos

Há quanto tempo utiliza máquinas com motores Kawasaki de 2 tempos?

Há seis anos, desde que abri o meu negócio. Desde que entrei em contacto com a Motogarden — o distribuidor da Kawasaki Engines aqui em Espanha, com quem tenho uma boa relação.

A quem vende mais máquinas com motores de 2 tempos?

Na minha área, existem muitos negócios de limpeza, pelo que sou procurado por muitos profissionais por causa das suas máquinas — cerca de 80% delas têm motores de 2 tempos.

A maior parte dos motores de 2 tempos tem uma vida útil de três anos e são utilizados de forma intensiva e frequente ao longo desse tempo. Tem algum conselho para aumentar a vida útil, de forma a obter a máxima produtividade e o melhor retorno?

A manutenção preventiva. É essencial manter um motor em bom estado.

Quando não é efetuada a manutenção preventiva, segue-se a manutenção corretiva. E quando nenhuma destas é efetuada, avançamos para as reparações. Para as pessoas que não efetuam nenhum tipo de manutenção, deixa de ser viável efetuar algumas reparações neste tipo de equipamento — o custo é demasiado alto.

Apresento aos meus clientes duas opções: reparar o equipamento ou adquirir uma peça de kit nova como peça de substituição. Dependendo do desgaste do equipamento, a peça de substituição é, por norma, a melhor opção. Se o motor ainda estiver coberto pela garantia original, adquiro as peças para a nova máquina sem custos. Por vezes, o problema é tão pequeno que nem cobro nada por isso. Quando se trata apenas de um ajuste. Mas estou a desenvolver o hábito e a informá-los que o custo não é tão alto como parece.

Por isso, o meu conselho é tratar bem do motor, de forma a evitar gastar mais tempo e dinheiro em reparações corretivas, que, por norma, podem ser evitadas.

E as pessoas efetuam a manutenção das respetivas máquinas e mantêm-nas em boas condições de funcionamento?

Infelizmente, a manutenção preventiva não faz parte da cultura espanhola — pelo menos neste setor. Por norma, os meus clientes procuram-me quando as máquinas já estão a funcionar mal. Digo-lhes sempre para o fazerem assim que algo parecer estar a funcionar mal ou existir um ruído invulgar, e para não forçarem as máquinas. Por vezes, trata-se apenas de uma questão de mudança do filtro de ar ou da embraiagem.

Segundo a minha experiência, os profissionais são mais metódicos. Conhecem as máquinas e sabem que devem trazê-las até mim antes que o problema piore. Os não profissionais procuram-me apenas quando a máquina parou de trabalhar por completo.

O meu trabalho consiste tanto em instruir como em reparar! Explicar os termos técnicos aos meus clientes — mesmo aos meus clientes internacionais — é algo particularmente útil. Eles agradecem. Muitas empresas não fazem isso, por isso os clientes não sabem ao que se estão a referir. Os clientes preferem recorrer a mim porque ajudo-os a compreender o que realmente se passa com a sua máquina.

Os motores Kawasaki têm uma excelente relação preço/qualidade. São muito mais resistentes do que os de outras marcas e têm uma extensa vida útil, mas necessitam, ainda assim, que os clientes tratem deles de forma adequada!

Manutenção das ferramentas de paisagismo

Quais são as ferramentas mais importantes para a manutenção e reparação de motores?

O conhecimento. Se não se conhecer os motores, não é possível repará-los. Também é necessário perceber um pouco de física e química. Para além disso, só porque algo não está a funcionar, não significa que esteja partido, pode tratar-se apenas de um caso de relação de compressão demasiado baixa, por exemplo.

Quão importante é adquirir peças originais do fabricante para as reparações?

Em primeiro lugar, preciso de saber que posso obter as minhas peças quando as solicito. Em segundo lugar, estas têm de ser de alta qualidade e funcionar conforme previsto, caso contrário, o tempo de reparação aumenta e as máquinas avariam muito mais rapidamente — o que não agrada aos clientes!

Preciso que o fabricante seja rápido e confiável aquando do fornecimento das peças. Um jardineiro não pode deixar que um jardim cresça durante 12 semanas — vai precisar da sua máquina — por isso, preciso rapidamente das peças para poder reparar a máquina o quanto antes. Se o jardineiro não tiver a sua máquina, pode perder o cliente e, se não tiver lucro, eu também não sou pago.

Que peças do kit são essenciais para si?

Os filtros de ar, filtros de diesel, velas de ignição e embraiagens. São as peças com mais rotação.

O negócio do paisagismo

Como tem corrido o negócio recentemente (meados de 2021), para os profissionais de manutenção de relvados e agricultores espanhóis?

A pandemia trouxe altos e baixos para os jardineiros. Na minha área, a jardinagem está essencialmente centrada nos parques, hotéis e na comunidade, por isso, quando tudo fechou, não havia tanto trabalho. Quando tudo reabriu, a situação voltou ao normal.

O lado agrícola do negócio cresceu bastante em 2020. Muitas pessoas mudaram-se da cidade para o campo, para terem liberdade e segurança, porque é um ambiente mais saudável.

O negócio estabilizou. Imagino que para o ano haja novamente um crescimento, uma vez que os novos equipamentos que as pessoas compraram irão necessitar de intervenções em matéria de reparação e manutenção.

De que forma é que os equipamentos agrícolas e de jardinagem mudaram, desde que o António começou a trabalhar na indústria?

Os jardineiros profissionais têm investido em máquinas e equipamentos mais especializados. Antes, tinham uma máquina para executar várias tarefas. A aquisição de máquinas específicas para trabalhos específicos tem sido crescente. Isto significa que o trabalho é feito de forma mais eficiente, demora menos tempo e é mais rentável.

Observo a mesma situação na agricultura, embora numa extensão menor, porque o trabalho é realizado por fases. Os jardineiros trabalham em muitos jardins de clientes, enquanto os agricultores realizam a manutenção dos seus próprios campos. Os jardineiros têm de descobrir como podem ser produtivos em vários trabalhos, enquanto os agricultores podem ser mais metódicos e organizados.

Quais são os seus maiores desafios no trabalho?

As pessoas aqui em Espanha não conhecem a Kawasaki Engines. Uma marca diferente pode ser mais cara e não tão boa, mas se tiver uma forte presença a nível de marketing, o proprietário da loja não precisa de convencer o cliente a comprar equipamentos dessa marca. Se um cliente conhecer uma marca, irá optar pela mesma e voltar a ela.

Tenho de convencer os meus clientes a comprar máquinas que são motorizadas pela Kawasaki Engines. Sou sincero e digo-lhes a verdade, para que, eventualmente, percebam o valor associado à compra de um equipamento Kawasaki, mas seria mais fácil se a Kawasaki Engines investisse mais no marketing aqui em Espanha.

Quais são os maiores problemas relacionados com o negócio na sua zona?

Aqui na Andaluzia, existe muita “apropriação profissional”: pessoas que não estão autorizadas ou que não são profissionais qualificados, mas que, ainda assim, realizam os trabalhos e são remuneradas — o que leva a maus resultados e à redução nos preços. Cobram menos por comprarem equipamentos baratos.

Os negócios profissionais de manutenção e reparação têm de cobrar mais para oferecer um serviço de qualidade; os não profissionais têm de poupar dinheiro para poderem cobrar menos e eliminar os concorrentes profissionais.

Este é um problema muito sério para este tipo de negócio, uma vez que retira trabalho aos verdadeiros profissionais. Os clientes também sofrem, porque não recebem um serviço de qualidade. As máquinas destas pessoas avariam mais ou a sua manutenção é feita de forma insuficiente/inadequada e, eventualmente, procuram-me como último recurso, quando o mal já está feito. Acabam por pagar o dobro do preço por um problema que podia ter sido facilmente resolvido da primeira vez — e a um preço inferior.

Qual é o melhor conselho que pode dar a um novo agricultor ou jardineiro?

Comprem equipamentos profissionais de qualidade. E, naturalmente, sugiro equipamentos Kawasaki, que é uma das melhores marcas que existe.

Para além disso, obtenham qualificações profissionais e não deixem que pessoas não profissionais tentem reparar ou reparem as vossas máquinas. Procurem um profissional que saiba o que está a fazer, para que o problema não tome proporções maiores no futuro.

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