10 dez. 2024

Como contratar alguém: o seu negócio de paisagismo está pronto para dar o salto?

Conselhos para pequenas empresas
Como contratar alguém: o seu negócio de paisagismo está pronto para dar o salto?

Está a considerar contratar o seu primeiro funcionário? Cada dia de trabalho tem um número limitado de horas. Se está sobrecarregado e não consegue aceitar novos clientes, talvez seja altura de dar o salto.

Sam Jarockyj é um paisagista profissional que criou o seu negócio em 2020. Atualmente conta com uma equipa de cinco profissionais (acima, da esquerda para a direita: Ed, Tom, Dail, Sam, Duncan, Simon) na sua empresa JayRock Grounds Maintenance Ltd.

Falámos com Sam e pedimos-lhe que desse aos seus colegas paisagistas algumas recomendações sobre medidas práticas para contratar alguém – e também para avaliar se esta é a opção certa para cada negócio.

Como a empresa de Sam está sediada no Reino Unido, alguns dos conselhos podem não ser aplicáveis às empresas do seu país. Ao ponderar uma contratação, deve consultar sempre a legislação e os requisitos laborais do seu país para conhecer os requisitos específicos aplicáveis.

Como podemos saber se estamos preparados para contratar alguém?

Todos os anos, na época da primavera, havia inúmeras pessoas a telefonar-me e a enviar-me mensagens a pedir que eu aceitasse trabalhos, e todos os anos eu tinha de dizer que não, que não conseguia.

Quando comecei o meu negócio fui contactado por uma casa senhorial de renome com oito hectares de terreno, mas não tinha a maquinaria nem a mão de obra necessárias. É inútil receber pedidos de trabalho se não tivermos condições para aceitá-los! Estava totalmente ocupado e, ainda assim, tinha de recusar trabalho.

Cheguei a um ponto em que tive de deixar de intervir em vários trabalhos e passar a trabalhar apenas em part-time no negócio. Assim, podia dedicar-me à tarefa de contratar alguém. A época alta da primavera iria voltar rapidamente e tínhamos alguma margem de manobra no orçamento que me permitiria contratar alguém, não a tempo inteiro, mas alguns dias por semana. Fiz uma subcontratação e dupliquei o investimento em marketing para garantir que o trabalho continuaria a chegar.

Investimos em vários canais de marketing: Facebook, Google Ads e até o jornal local. Esta aposta acabou por ser muito mais eficaz do que esperávamos. O anúncio chegava a 20 000 casas por mês, por isso, a resposta foi imediata. Aprendemos uma lição: quando estamos prontos para crescer, temos de sustentar esse crescimento com um marketing forte.

Depois de contratarmos a segunda pessoa e começarmos a ser rentáveis com essa estrutura, chegámos novamente ao nosso limite e não conseguíamos aceitar mais trabalho. Foi aí que percebi que teria de contratar uma terceira pessoa. Tornou-se um sistema que podemos continuar a repetir: integrar uma nova pessoa, preencher a agenda e continuar a crescer. Porém, contratar um funcionário é uma grande despesa: no Reino Unido temos de pagar o imposto do empregador, um regime de pensões e todos os outros valores associados, por isso, temos de garantir que o trabalho será suficiente para suportar os custos.

A que medidas atribui o rápido crescimento do seu negócio?

A JayRock Grounds Maintenance triplicou de tamanho nos últimos dois anos. Sam atribui este crescimento ao tempo que dedicou ao negócio, ao dar prioridade ao marketing e assegurar os contratos certos nos momentos certos.

Devemos acreditar na publicidade que fazemos e no próprio negócio. Quando contratámos um novo funcionário, não me limitei a ficar sentado à espera que os clientes nos telefonassem: decidimos aumentar o marketing. Precisamos de exposição.

A sorte também é um fator: conseguimos os contratos certos numa altura que nos permitiu trazer as pessoas certas para responder ao trabalho adicional. Também nos mudámos para instalações mais robustas e comerciais, o que nos permitiu aumentar a eficiência com uma capacidade de armazenamento e de oficina que potencia o crescimento do negócio.

O que devemos ter em atenção ao contratar funcionários

Quando contrato um funcionário, o mais importante é verificar se a pessoa está motivada, se é alguém que quer crescer com a empresa e melhorar enquanto profissional. Se a pessoa tiver interesse em receber mais formação ou qualificações, temos todo o gosto em apoiar esse crescimento.

A fiabilidade é o maior fator. As pessoas podem dizer que são de confiança numa entrevista, mas o seu comportamento rapidamente revela se isso é verdade: têm de aparecer no trabalho a horas, responder aos e-mails e estar preparadas. A fiabilidade é fundamental e é difícil avaliá-la apenas com base numa entrevista. Por vezes, investir na personalidade e no potencial de trabalho de alguém é melhor do que apenas considerar as suas qualificações.

Para nós, o processo começa por uma avaliação exata daquilo que a empresa precisa – aspetos como saber manusear a maquinaria ou ter carta de condução – e depois publicar anúncios a nível local. Algumas pessoas podem pedir o serviço a uma agência de recrutamento, mas nós temos conseguido bons resultados na contratação com recurso aos grupos locais do Facebook, pesquisando pessoas nas áreas onde trabalhamos.

Tem algum conselho para o processo de entrevista?

Não devemos ter medo de fazer uma entrevista diferente do habitual! Aprendemos que não era uma boa opção sermos demasiado rígidos. No início tínhamos uma abordagem estruturada com perguntas e cenários definidos, mas revelou-se demasiado formal e os candidatos podiam ensaiar facilmente as respostas. Além disso, era um ambiente intimidante!

Descobrimos que a abertura a um ambiente mais informal e de conversação – como passear pela oficina ou conversar junto às carrinhas – é uma opção que nos permite ver as personalidades naturais dos candidatos.

No que toca às competências, baseamo-nos sobretudo na experiência anterior. Se alguém já trabalhou com máquinas maiores ou geriu grandes áreas de terreno, sabemos que a pessoa tem os conhecimentos práticos de que necessitamos. Porém, estamos sempre disponíveis para ministrar formação no local de trabalho e dispostos a investir nas pessoas que tenham experiência relevante, mesmo que não seja diretamente na nossa área – como mecânicos ou operadores de unidades de produção. No caso dos candidatos mais jovens ou que estão a dar os primeiros passos, valorizamos mais a personalidade e o potencial.

Quais são os seus critérios para escolher entre a subcontratação e a contratação de um funcionário?

A principal diferença entre uma subcontratação e um funcionário contratado reside nas responsabilidades e nas obrigações legais. Uma subcontratação é mais flexível para a empresa porque apenas temos de pagar os dias de trabalho efetivo – no Reino Unido, isto significa que não é preciso pagar subsídio de férias, subsídio de baixa médica e contribuições para o regime de pensões. No entanto, devemos ter em conta que, se a pessoa trabalhar um determinado número de horas para nós ou depender da nossa empresa para assegurar a maior parte dos seus rendimentos, nos termos da lei terá de ser registado como trabalhador por conta de outrem.

Começámos com um profissional subcontratado que trabalhava dois a três dias por semana. Foi uma fase intermédia até contratarmos um funcionário. Porém, quando a procura aumentou e precisámos de mais horas de trabalho, optámos por contratar o nosso primeiro funcionário a tempo inteiro, em abril de 2024. Neste caso tivemos de tratar de todas as responsabilidades associadas ao emprego, como o regime de pensões no local de trabalho, contribuições para a segurança social, subsídio de baixa médica, subsídio de férias e cumprimento da legislação laboral.

A contratação e a subcontratação de funcionários foram ambas importantes no nosso caso, porque não queríamos gerir um negócio onde as pessoas se sentissem esgotadas. Queríamos criar uma equipa que se sentisse respeitada e bem remunerada. O aumento da motivação e da coesão da equipa faz com que isso valha a pena a longo prazo.

Como é que a contratação de um funcionário melhorou o seu negócio?

Descobri que, quando nos dispersamos demasiado, alguma coisa acaba por falhar. Estava a falhar reuniões com clientes e a esquecer-me de responder a e-mails ou de encomendar materiais. As responsabilidades tornaram-se demasiadas.

Foi então que entrou o Ed, o nosso segundo funcionário e o primeiro profissional que contratámos a tempo inteiro. Ele já tinha experiência de gestão no seu emprego anterior e estava muito motivado para a evolução – tanto pessoal como da empresa. Precisava não só de mais um trabalhador, mas também de alguém que assumisse responsabilidade. Fui sincero com o Ed: as suas funções iniciais não seriam de gestão, mas eu precisava de ver esse potencial.

O Ed foi decisivo para a evolução do negócio desde o início. Posso agora dedicar um ou dois dias por semana ao lado comercial do negócio: fazer orçamentos, trabalho de escritório, reuniões com os clientes ou contactar os fornecedores. Enquanto isso, o Ed faz a gestão da equipa no terreno e mantém tudo a funcionar. É como estar em dois sítios ao mesmo tempo, porque sei que o trabalho está a ser feito com a melhor qualidade e não tenho de me preocupar. Poder confiar assim em alguém é muito importante para mim.

Como é que a contratação de funcionários beneficiou a sua empresa e a si próprio?

A contratação de funcionários permitiu-me alcançar muito mais equilíbrio entre trabalho e família. Este ano pude tirar umas férias a sério pela primeira vez desde que tinha 14 anos, em grande parte porque tenho pessoas na empresa em quem confio e com quem posso contar. Se tratarmos bem os nossos funcionários, eles dão-nos o apoio necessário. Quando precisam, dou-lhes flexibilidade para os compromissos ou assuntos pessoais. Em troca, sei que estão à altura quando eu preciso de uma folga.

Este sistema também é fundamental para o meu próprio bem-estar. Gerir uma empresa pode ser uma responsabilidade muito desgastante e, se sofrermos um esgotamento, é mau em todos os sentidos. Por isso, contar com uma equipa que me permite afastar-me e recuperar a energia tem sido uma das vantagens mais importantes.

Além disso, a contratação de funcionários possibilitou a evolução da empresa. Os funcionários que acreditam na visão da empresa têm também orgulho no trabalho que fazem e esforçam-se por dar o seu melhor. Cria-se assim um efeito de bola de neve: sei que as decisões que tomo agora vão ter um grande impacto positivo daqui a 10 anos, sobretudo no que diz respeito à contratação das pessoas certas.

Sem a equipa que contratei, não teria conseguido fazer crescer a empresa tão rapidamente. Tem sido uma montanha-russa, mas se tivesse de destacar algo, seria a decisão de trazer para a empresa as pessoas certas, com as personalidades certas. Se tratarmos bem os funcionários, eles acabam por nos recompensar.

Tem algum conselho para quem está a considerar uma contratação?

Sim, o meu conselho seria investir na pessoa, tanto no apoio psicológico como na disponibilização do equipamento adequado. Houve pessoas que entraram para a equipa e que estavam habituadas a receber apenas botas de segurança. No nosso caso, facultamos aos nossos funcionários uniformes de trabalho completos, equipamento e tudo o que é necessário para conseguirem os melhores resultados. É uma forma de demonstrarmos que nos interessamos e que estamos a investir neles enquanto indivíduos.

Não devemos ver um funcionário como apenas um subordinado: devemos tratá-lo como alguém igual a nós ao nível humano. Todos temos problemas pessoais. É importante pensarmos não só em nós, mas também nos problemas das outras pessoas. Se investirmos nos funcionários e os tratarmos bem, seremos recompensados com lealdade e trabalho árduo, desde que tenhamos escolhido a pessoa certa.

Guia rápido para contratar um funcionário

Os conselhos de Sam devem dar-lhe mais confiança para tomar uma decisão. Se está pronto para dar este passo e contratar alguém, terá de tomar algumas medidas formais.

A legislação laboral varia consoante o país em que trabalhamos, por isso, deve confirmar sempre os passos exatos necessários à contratação (pode consultar aqui alguns recursos online úteis no Reino Unido, França, Alemanha e Itália). Por exemplo, em Itália não há salário mínimo rígido, enquanto França, Alemanha e Reino Unido têm um salário mínimo nacional previsto por lei.

Para ficar com uma ideia de como funciona um processo de recrutamento típico, seguem-se as principais medidas que deve tomar enquanto paisagista que pretende contratar um funcionário no Reino Unido.

Principais medidas para contratar um funcionário:

As medidas necessárias para contratar um funcionário são semelhantes em toda a Europa, mas há algumas diferenças. Por exemplo, para contratar um funcionário no Reino Unido terá de fazer o seguinte:

  • Anunciar a vaga e analisar os candidatos.
  • Verificar se os candidatos têm direito a trabalhar no Reino Unido.
  • Celebrar um contrato de trabalho.
  • Pagar o salário mínimo nacional/salário nacional de subsistência.
  • Fazer o registo no estado para pagar os impostos (registo no ministério das finanças e segurança social para pagar as devidas contribuições).
  • Celebrar um seguro de responsabilidade civil para a entidade patronal.
  • Criar um regime de pensão se o trabalhador tiver uma idade superior a 22 anos e inferior à idade da reforma.

O seu negócio está pronto para dar o salto?

A contratação de um funcionário abre oportunidades de crescimento para o seu negócio: contar com mais um par de mãos pode duplicar o volume de trabalho que poderá aceitar.

À medida que o seu negócio for crescendo, terá mais terrenos para tratar. Por isso, precisará de equipamento que suporte um horário comercial intenso. Expanda a sua frota com equipamento conhecido pela potência, fiabilidade e desempenho: a maquinaria Powered by Kawasaki pode ajudar o seu negócio a crescer com a reputação de realizar um trabalho de qualidade.

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